Família Angelo e Luigia Angela Dametto

A primeira família Dametto chegou ao Brasil entre o fim de 1882 e início de 1883. Giosuè Dametto e Giovanna Martini, o filho Angelo, a nora Luigia Angela e o neto Ferdinando, e duas filhas, Maria e Orsola, vieram de Castelfranco Vêneto e se fixaram em Carlos Barbosa – RS. Anos mais tarde, Giosuè e Giovanna voltaram à Itália.

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Angelo Dametto nasceu no dia 19 de dezembro de 1853, em Campigo, distrito do comune de Castelfranco Vêneto, província de Treviso, Itália. Era filho de Giosuè Dametto e Giovanna Martini, casados em 24 de fevereiro de 1848, em Resana, Treviso. Casou-se em 14 de novembro de 1878, em Caerano San Marco, Treviso, com Luigia Angela Robazza. Angela, como era chamada pelos familiares, nasceu em Caerano, que à época era um distrito de Montebelluna, no dia 7 de julho de 1856, filha de Giuseppe Robazza e Giovanna Bonora. Ao imigrar para o Brasil, o casal trazia consigo o primogênito Ferdinando. Foram morar na antiga Linha Estrada Geral, que hoje abrange as Linhas Doze e Dezenove, Carlos Barbosa – RS e naquela época pertencia à Colônia Conde d’Eu, atual município de Garibaldi.

O período da infância e adolescência de Angelo e de Luigia Angela coincidiu com uma das épocas mais conturbadas da Itália, que até 1848 era constituída por vários reinos independentes, a maioria deles governados por autoridades austríacas e francesas. Suas vidas inserem-se no quadro histórico da Unificação Italiana e participam do projeto imigratório no Brasil.

A imigração italiana no Rio Grande do Sul foi incentivada inicialmente pelo governo provincial. Aproveitando a doação de terras, de acordo com a lei imperial de 1848, iniciou uma política imigratória, sendo a primeira província a fundar colônias com fundos próprios.

Após a Lei de Terras (Lei n.º 601, de 18 de setembro de 1850), terminou a distribuição gratuita de lotes, que vinha acontecendo de 1824 a meados de 1850, quando foi incentivada a imigração alemã. Cada família de imigrantes alemães recebeu um lote gratuito de 77 hectares, além de assistência através do fornecimento de alimentos, sementes, ferramentas e o mínimo indispensável nos primeiros tempos. A bem sucedida Colônia de São Leopoldo transformou-se em importante polo irradiador de colonização nos vales dos rios Sinos, Caí e Taquari, e nas colônias de Santa Cruz e Nova Petrópolis em direção à Serra Geral.

A Lei provincial n.o 304, de 1854, atualizou a questão da venda das terras e colocou as bases para a colonização provincial até o fim do Império. As terras passaram a ser vendidas para os colonos, podendo ser pagas em três parcelas, sem juros, nos finais do terceiro, quarto e quinto ano. A dívida colonial (preço do lote mais adiantamentos) era firmada na chegada de cada família de colonos. De forma gratuita, a Lei 304 oferecia transporte, hospedagem e manutenção dos colonos do porto do Rio Grande até o lote colonial.

Em 1867 saiu o “Regulamento para as Colônias do Estado”, estabelecido pelo Decreto imperial n.o 3.784. Entre seus dispositivos, destinava a cada família um lote de acordo com seus recursos e força de trabalho disponível; os lotes deveriam ser pagos em cinco vezes, ao longo de dez anos. Naquele ano o Rio Grande do Sul recebeu a primeira leva de imigrantes italianos, em substituição aos imigrantes alemães que ali se estabeleceram em colônias a partir de 1824, mas que a cada ano vinham em menor quantidade. O negociante Caetano José de Andrade Pinto divulgava o Regulamento de 1867 pela Europa como meio de atrair mais emigrantes a seus navios.

Não se fez um planejamento, de modo a oferecer ao colono condições imediatas de vida. Os núcleos coloniais ainda não estavam aparelhados para serem habitados quando o Departamento de Povoamento do Solo e Colonização começou a receber as primeiras famílias.

Nos primeiros anos da década de 1870 foram criados três novos núcleos destinados ao assentamento de quarenta mil colonos imigrantes italianos, num prazo de dez anos, para ali se estabelecerem e aumentarem a produção agrícola da região: Colônia Fundos de Nova Palmira (rebatizada de Colônia Caxias), Colônia Dona Isabel, Colônia Conde d’Eu. Em 1877 foi fundada a Colônia Silveira Martins, também conhecida como Quarta Colônia, o primeiro reduto de italianos fora da Serra Gaúcha.

Quando o Governo Provincial abandona a colonização e a imigração à sua própria sorte – como resultado dos limites orçamentários impostos pela Assembleia Provincial – o Governo Imperial assume esses encargos, principalmente a partir de 1875.

Em outubro de 1877 inicia-se uma reação por parte do Ministério da Agricultura com o objetivo de diminuir os gastos com a imigração e colonização, que estavam atingindo cifras imprevistas, e de suspender os subsídios aos colonos por conta das secas.

Entre 1878 e 1881, diante de dificuldades orçamentárias, o Governo Imperial reduziu as despesas com imigração e colonização. O objetivo da política oficial era a criação de um fluxo imigratório espontâneo para consolidar a agricultura de pequenas propriedades no Sul do Brasil. Os imigrantes que ali chegaram a partir de novembro de 1878 eram espontâneos, pagavam por suas passagens da Itália ao Brasil e instalavam-se com recursos próprios.

Foi nesse contexto que Angelo e Luigia Angela Dametto deixaram a Itália e fizeram a longa travessia oceânica para desembarcarem no Brasil. Fazem parte dos milhares de italianos que vieram por iniciativa própria, pagando por suas passagens e adquirindo lotes de terra em locais de sua escolha. Seus nomes não constam nas listas de imigrantes que entraram pelos portos do Rio de Janeiro e de Santos. Como todos os passageiros que viajavam ao Rio Grande do Sul, a primeira família Dametto a chegar ao Brasil, entre o fim de 1882 e começo de 83, certamente entrou pelo porto de Rio Grande.

Em pequena embarcação, subiram a Lagoa dos Patos e o rio Guaíba até alcançar o porto fluvial de Montenegro. Em lombo de muares e carreta, seguiram a picada que os levou à Colônia Conde d’Eu, que abrangia os atuais municípios de Garibaldi e Carlos Barbosa.

O primogênito Ferdinando tinha um ano e meio de idade quando a família partiu da Itália pelo porto de Gênova. José, o segundo dos filhos, nasceu no Brasil no dia 7 de abril de 1883 e foi registrado na comarca de Garibaldi. A Colônia Conde d’Eu, pela lei provincial n.º 1455, de 26 de abril 1884, foi emancipada como freguesia (distrito), com a denominação de Garibaldi, subordinada ao município de Bento Gonçalves, ex-Colônia Dona Isabel; foi elevada à categoria de município pelo decreto estadual n.º 327, de 31 de outubro de 1900, desmembrado de Bento Gonçalves. O município de Garibaldi foi instalado em 25 de novembro de 1900.

Primeiro título de terra de proprietário Dametto no Brasil.

No dia 24 de dezembro 1897 foi assinado por Julio Prates de Castilhos, presidente do Estado do Rio Grande do Sul, o título de propriedade do lote número 8 (metade) da família Dametto na localidade Trinta e Cinco (município de Garibaldi), atual Carlos Barbosa.

Os casais Giosuè Dametto e Giovanna Martini, Angelo Dametto e Luigia Angela Robazza e o filho Ferdinando, e as duas irmãs de Angelo, Maria e Orsola, foram morar no lote número 8 da Linha Estrada Geral, cujo título de propriedade seria concedido, em 1897, a Giosuè Dametto. Os pais de Angelo, alguns anos depois, voltaram à Itália. Angelo e Luigia Angela estabeleceram-se como agricultores e comerciantes. Na Linha Estrada Geral nasceram e cresceram três filhas e quatro filhos, além de Ferdinando, nascido em Castelfranco Vêneto.

Família de Angelo e Luigia Angela Dametto. Sentados: Ferdinando, Angelo, Luigia Angela, Magdalena e Cecília. Em pé: José, Giosuè, Joanna, Vitorio e Valentim.
Família de Angelo e Luigia Angela Dametto. Sentados: Ferdinando, Angelo, Luigia Angela, Magdalena e Cecília. Em pé: José, Giosuè, Joanna, Vitorio e Valentim.

Para colher informações sobre Angelo e Luigia Angela e seus filhos, em 2008 fui a Porto Alegre; em 2009 e 2011, a Tapejara; e, em 2014, a Carlos Barbosa, para visitar as famílias Dametto ali residentes e coletar nomes, datas e dados essenciais para o levantamento das respectivas árvores genealógicas, além de fotografias de família, que ilustram esta breve apresentação – por ordem cronológica de nascimento dos filhos e filhas de Angelo e Luigia Angela: 1. Ferdinando, 2. José, 3. Magdalena, 4. Cecília, 5. Valentim, 6. Vitorio, 7. Giosuè e 8. Joanna – e suas respectivas Árvores genealógicas.

1. FERDINANDO DAMETTO (*21/06/1881, em Castelfranco Vêneto †18/01/1963, em Arcoverde, Carlos Barbosa – RS). Seu irmão gêmeo, Luigi, faleceu recém-nascido na Itália. Ferdinando veio ao Brasil com os pais, com cerca de um ano de idade. Em 1900 casou-se, em Montenegro (RS), com ANTONIA ZUCATTI DAMETTO (*1881 † 21/04/1913, falecida aos 33 anos). Segundo casamento, em 13/10/1915, em Barão – então 4.o distrito do município de São João de Montenegro (hoje município de Barão), com ALBINA ZUCATTI DAMETTO (*12/12/1876 †07/11/1934, falecida aos 58 anos). Terceiro casamento de FERDINANDO, sem filhos, com RACHELLE ZAN (*1893 †23/08/1967). Foram morar em Arcoverde, Carlos Barbosa, onde estão enterrados. Descendência: 1.1. Fortunato, 1.2. Thereza, 1.3. Angelo, 1.4. Angela, 1.5. Pedro, 1.6. Albina, 1.7. Ana, 1.8. Armando, 1.9. Antonia.

Ferdinando Dametto e Antonia Zucatti.
Ferdinando Dametto e Antonia Zucatti.

Os filhos e filhas de Angelo e Luigia Angela que nasceram em Carlos Barbosa, conforme as respectivas certidões de nascimento, são naturais de Garibaldi – ex-Colônia Conde d’Eu. Até 1950, Carlos Barbosa era o segundo distrito de Garibaldi – daí o município de Garibaldi constar como a naturalidade dos que nasceram em Carlos Barbosa e Arcoverde até 1950.

2. JOSÉ DAMETTO (*07/04/1883, em Garibaldi – RS †05/12/1961, em Anta Gorda – RS) casou-se a 09/02/1907, em Garibaldi (RS), com MARIA SIMON (*06/10/1887 †04/05/1965), filha de FRANCESCO SIMON (*20/08/1861 †20/11/1930) e PHILOTEA GALLON (*19/01/1863 †15/08/1940), residentes em Bento Gonçalves e, depois, em Barão – RS. Ambos eram naturais de Mareno, hoje Valmareno/Follina, Província de Treviso, Vêneto, Itália. FRANCESCO veio para o Brasil em 1882, juntamente com o irmão GIOVANNI SIMON (*26/07/1864 †11/11/1927). Filhos de José e Maria: 2.1. Roberto Angelo, 2.2. Angelina, 2.3. Elias, 2.4. Angelo Francisco, 2.5. Francisco José, 2.6. Victor, 2.7. Filotea, 2.8. Orelia, 2.9. Fidélis, 2.10. Antonio, 2.11. Rosa, 2.12. Oreste Pedro, 2.13. João.

Maria Simon e José Dametto.
Maria Simon e José Dametto.

3. MAGDALENA JOANNA DAMETTO (*1885 †23/12/1922, na Linha Doze, Carlos Barbosa – RS), casou-se com ANGELO STEFFANI (*17/10/1885 †09/10/1926). Os pais de Angelo Steffani eram Catharin Steffani e Amalia Lazarini Steffani, imigrantes italianos que se estabeleceram na Linha Doze, Carlos Barbosa, em 1875. Filhos de Magdalena e Angelo Steffani: 3.1. José Alberto, 3.2. Catharin Luiz, 3.3. Arthur, 3.4. Theresa Amalia, 3.5. Antonia,  3.6. Vitorio, 3.7. Paulo Manoel, 3.8. Amalia Theresia, 3.9. Paulo Luiz, 3.10. Olívio. 

4. CECÍLIA DAMETTO (*08/03/1888, em Garibaldi – RS †09/12/1949, em Tapejara – RS), casou-se em 11/03/1916 com RICARDO BASEGGIO (*13/07/1893 †24/02/1973). Filhos de Cecília e Ricardo: 4.1. Armelindo, 4.2. Armando, 4.3. Angelo, 4.4. Ivo, 4.5. Orlando, 4.6. Devino, 4.7. Delvo, 4.8. Alcides, 4.9. Nelson Adelino, 4.10. Ignez.

Cecília Dametto e Ricardo Baseggio.
Cecília Dametto e Ricardo Baseggio.

5. VALENTIM DAMETTO (*20/01/1892, em Garibaldi – RS †10/05/1962, em Tapejara – RS), casou-se em Carlos Barbosa, 2.º distrito de Garibaldi (RS), com VICTORIA ZANATTA  [conhecida como Italia] (*19/06/1891 †26/06/1973). Filhos de Valentim e Victoria: 5.1. Angelo Eugenio, 5.2. Antonina, 5.3. Gentil Armando, 5.4. Eugenio, 5.5. Danilo, 5.6. Nilda.

Vitoria Zanatta [conhecida como Italia] e Valentim Dametto.
Victoria Zanatta [conhecida como Italia] e Valentim Dametto.
6. VITORIO DAMETTO (*10/03/1893, em Garibaldi – RS † 14/07/1962, em Tapejara – RS), casou-se a 22/06/1918, em Carlos Barbosa, 2.º distrito de Garibaldi (RS), com CATHARINA ZANATTA [tia Catina] (*Garibaldi, 04/09/1897 †Tapejara, 17/09/1985). Filhos de Vitorio e Catharina: 6.1. Selvino Paulo, 6.2. Laurindo, 6.3. Leonilda, 6.4. Helena Luisa, 6.5. Alvina Angela, 6.6. Alcides Severino, 6.7. Luiz, 6.8. Osana Lídia.

Catharina Zanatta e Vitorio Dametto, com os filhos Laurindo e Selvino.
Catharina Zanatta e Vitorio Dametto, com os filhos Laurindo e Selvino.

7. GIOSUÈ DAMETTO (*17/02/1900, em Garibaldi – RS †17/07/1938, Na Linha Doze, Carlos Barbosa – RS) casou-se em 07/02/1920, em Carlos Barbosa, 2.º distrito de Garibaldi, com ASSUMPTA ZANATTA (*11/06/1899 †16/09/1971) [Assumpta casou-se, em segundas núpcias, com PEDRO RIEDI (16/03/1897 †17/12/1977)]. Filhos de Giosuè e Assumpta: 7.1. Olívio Silvestre, 7.2. Adelino Redemptor, 7.3. Sabina Eugenia, 7.4. Olga, 7.5. Lírio Antonio.

Giosuè Dametto e Assumpta Zanatta.
Giosuè Dametto e Assumpta Zanatta.

8. JOANNA DAMETTO (*26/10/1902, em Garibaldi – RS † 27/05/1932, em Tapejara – RS), casou-se com RICCIERI ZANATTA (*21/08/1887 †08/10/1966). Filhos de Joanna e Riccieri: 8.1. Fermina, 8.2. Etelvina, 8.3. Angelo, 8.4. Olívio, 8.5. Leonido.

Angelo Dametto faleceu em 19 de maio de 1927 e Luigia Angela em 18 de janeiro de 1937.


Neste histórico, cabe um registro especial à família de José Dametto. Ele nasceu em Carlos Barbosa no dia 7 de abril de 1883. Este é o primeiro registro de Dametto nascido no Brasil.

Em 1907, José Dametto casou-se com Maria Simon, filha de imigrantes italianos que se haviam estabelecido em Paulina, localidade de Bento Gonçalves, ex-Colônia Princesa Isabel. Maria ainda era solteira quando sua família também foi morar na Linha Estrada Geral, numa área que hoje pertence ao município de Barão. Essa proximidade propiciou o encontro dos dois jovens. Após o casamento, José, agricultor, e Maria, dona de casa, ficaram morando no lote número 8 da Linha Estrada Geral por cerca de dois anos. Ali nasceu o primogênito Roberto Angelo, em 21 de janeiro de 1908.

Maria Simon e José Dametto com o primeiro filho, Roberto Angelo.
Maria Simon e José Dametto com o primeiro filho, Roberto Angelo.

Herdaram dos pais de Maria Simon lotes de terra (como eram chamadas as colônias já demarcadas) localizados nas Linhas Quarta e Quinta do então distrito de Anta Gorda, que na época ainda pertencia ao município de Lajeado, no Vale do Taquari. Por volta de 1900 ali começaram a chegar colonos alemães e italianos, sobretudo jovens casais em busca de novas terras para cultivar. João Simon, negociante, irmão da minha avó, casado com Dozolina Triches, foi um dos primeiros a chegar àquele povoado – que passou a ser designado como o lugar da anta gorda em consequência de uma memorável caçada pelos desbravadores pioneiros. Quando Encantado se emancipou de Lajeado, pelo Ato Municipal n.o 1, de maio de 1915, Anta Gorda ficou como 2.o distrito do novo município.

José e Maria Simon Dametto viveram sempre na Linha Quarta – Anta Gorda e ali criaram sua família de nove filhos e quatro filhas: 1. Roberto Angelo, 2. Angelina, 3. Elias, 4. Angelo Francisco, 5. Francisco José, 6. Victor (meu pai), 7. Filotea, 8. Orelia, 9. Fidélis, 10. Antonio, 11. Rosa, 12. Oreste Pedro, 13. João.

 

Família de José Dametto e Maria Simon (c. 1940). 1.a fila: João, Maria e José, Fidélis, Orestes. 2.a fila: Antonio, Orelia, Angelina, Filotéa, Rosa. 3.a fila: Angelo, Roberto, Elias, Francisco, Victo
Família de José Dametto e Maria Simon (c. 1940). 1.a fila: João, Maria e José, Fidélis, Orestes. 2.a fila: Antonio, Orelia, Angelina, Filotéa, Rosa. 3.a fila: Angelo, Roberto, Elias, Francisco, Victor.

Em visita que fiz a parentes, em 2003, o tio João Dametto manifestou o desejo de realizar um encontro da família. Ele e a tia Orélia eram os dois sobreviventes dos nove filhos e quatro filhas de meus avós. Ele não viu seu sonho realizado porque veio a falecer no dia 5 de setembro de 2004, cinco meses após o falecimento da tia Orélia.

Primos e primas uniram-se, então, para concretizar a vontade expressa do tio João e, juntos, realizamos o Primeiro Encontro da Família José Dametto e Maria Simon Dametto, no dia 10 de fevereiro de 2007, em Anta Gorda, em homenagem aos cem anos do casamento de nossos avós José e Maria Dametto.

Aquele encontro também aproximou os descendentes de José Dametto com descendentes de seus irmãos que moram nas cidades de Tapejara, Carlos Barbosa e Porto Alegre. Ali estavam sobrinhos de nossos avós José e Maria: Alvina Angela Dametto, Osana Lídia Dametto e Dirceu Coronetti (filhas e genro de Vitorio e Catharina Zanatta Dametto); Olga Dametto Canal e Angelo Canal (filha e genro de Giosuè Dametto e Assumpta Zanatta); Adelino e Maria Santina Bertotto Dametto, com a filha Eliane (respectivamente, filho, nora e neta de Giosuè e Assumpta Zanatta ); além de netos, bisnetos e trinetos de Valentim Dametto e Victoria Zanatta.

Ali reunidos, deliberamos sobre a criação da Associação das Famílias Dametto – para promover a organização de encontros das famílias e facilitar os contatos com Damettos residentes em vários estados brasileiros, na Itália e em outros países. Ali também decidimos ter nosso site na internet para a divulgação da história familiar, de fotos e notícias familiares, e para facilitar a atualização das genealogias. Estávamos todos altamente otimistas e proativos, de tal modo que fixamos um prazo de dois a três anos para a concretização desses objetivos.

A vida, porém, sempre nos apresenta desafios, dificuldades e também prioridades, nem sempre esperadas nem desejadas. O importante é termos sonhos suficientemente grandes para não perdê-los de vista. Um dos nossos grandes sonhos é voltar a nos reencontrarmos, ao vivo e aqui neste site da grande Família Dametto, e constituirmos de fato a nossa Associação.

A história nos mostra que os imigrantes italianos que vieram ao Brasil, ao longo da segunda metade do século XIX, e seus descendentes protagonizaram uma epopeia de comovente beleza. A renúncia, o sacrifício, o apreço para com a família, a dedicação ao trabalho, a fé, as festas religiosas, as colheitas, construíram, de forma singela e vigorosa, uma civilização próspera, generosa e singular.

Para enriquecermos os registros de memórias ou relatos dos primeiros descendentes de Angelo e Luigia Angela, buscamos o contato com atuais descendentes que tenham algum documento, fotos, cartas, ou possam trazer suas lembranças, pistas para recuperarmos aspectos da história de vida dos nossos antepassados, as motivações que os trouxeram da Itália ao Brasil, as dificuldades cotidianas aqui vivenciadas, suas práticas de subsistência nos primeiros anos, seu mundo particular, familiar e social, bem como sua herança cultural e moral para nossas famílias.

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